“Ruge a vida” é um poema invulgar que foge à temática do amor e símbolos propostos por S. Olavo. O próprio título nos lembra o brado do leão que a vida acentua.
Mas para entender melhor os versos é bom saber que SOL deixou sua terra episcura para se aventurar nos idos de 20 no seu bacharelado.
Ali chegando no primeiro do mês e ano, aportou de navio e conheceu a opulência do conhecimento e poderio financeiro da outrora monarquia; e observou os novos ventos da República que por essa época a cidade reverberava, nos ecos do seu carnaval.
O Rio era então a capital federal do país e o vate enfrentou muitas dificuldades. Apesar de receber uma mesada dos pais foi preciso trabalhar pela manhã nos Correios e Telégrafos e à noite como revisor de jornais, a união desses esforços lhe davam a mantença.
Vislumbrou talvez naquela chegada as queimadas, os campos abertos pelos desbravadores; e a alvorada, nas “batalhas dos grandes e navegadores!”.
Na principal das avenidas – a Mauá – desta maravilhosa cidade, viu no curso da distância as dificuldades que houvera de enfrentar para vencer na vida. E sentiu a “saudade dos ventos e das flores!” que deixara para trás nesta nova empreitada.
Mas a vida nos parece assim: um leão que ruge ferozmente pronto a nos devorar e não há outra saída a não ser enfrentar esse monstro voraz. Muitas vezes somos impelidos por ela, outras tantas pelas circunstâncias, mas de uma forma ou de outra devemos domar este indomável ser e ao final de tudo sair-se vencedor.
Rau Ferreira
Fonte:
- OLAVO, Silvino. Bavida: Ruge a vida. Secretaria de Educação do Município de Esperança. Esperança/PB: 1997, p. 43;
- FERREIRA, Rau. Silvino Olavo: Resumo biográfico. Edições Banabuyê. Esperança/PB: 2010, p. 13/18.
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