Pular para o conteúdo principal

SOL: No Rio de Janeiro

Silvino Olavo cursou Direito na Faculdade do Rio de Janeiro. Chegou aquela cidade em fins de 1920 e ficara hospedado na pensão do Casal Zuchi, na rua da Carioca. Ali comungava com diversos intelectuais da sua época, tais como Murillo Araújo e Adelino Magalhães, além do Ministro do Tribunal Militar João Pessoa Cavalcante, com quem iria trabalhar anos mais tarde. E alistara-se no Serviço Militar, na Classe de 1897.
Iniciou o seu bacharelado em 1921 e para ajudar na mesada passou a trabalhar na Agência dos Correios e Telégrafos, atuando ainda como revisor de jornais.
Na Faculdade foi redator da revista dos alunos de Direito, denominada de "A Época", onde publica alguns artigos. Eram seus companheiros de turma: Adamastor de Oliveira Lima, Oswaldo Duarte do Rego Monteiro, Pedro Calmon, Oscar Saraiva, e os futuros magistrados Sadi Cardoso e João Coêlho Branco.
Também publica matérias no Mundo Literário, a de n. 29 é dedicada a Adelino Magalhães. Há notícias de que tenha escrito sobre Alzira Tacques, fundadora da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul. Assim diz uma nota daquela confraria: "Silvino Olavo, no Rio de Janeiro, louvou-a em página de relevo. Desde então. Alzira não mais parou de sonhar (...)".
Em 1922, foi aprovado com louvor em Direito Industrial merecendo destaque no Diário Oficial da União. E publica alguns artigos na revista paraibana Era Nova, com destaque para o texto sobre João do Rio.
No Rio, participa da Academia de Letras e Ciências, ocupando uma de suas cadeiras, sendo substituído posteriormente pelo escritor João Lyra Filho.
A cidade maravilhosa foi palco do seu discurso de conclusão do seu curso, valendo-lhe uma publicação - Estética do Direito - e o primeiro livro de poesias - Cysnes - que fora recebido pela crítica com notável prestígio.
Por fim, é o próprio Silvino que confessa: "(...) quando regressei do Rio depois de 5 anos de Universidade. Trazia eu a alma povoada de sonhos e os ouvidos ressoantes de harmonias novas. Enquanto lutara lá pela vida, pela conquista de uma carta de advogado e pela publicação de alguns poemas tradicionalistas (OLAVO, Silvino. Criadores e criaturas: 1931)".

Rau Ferreira

Fonte:
- FERREIRA, Rau. Silvino Olavo. Edições Banabuyé. Esperança/PB: 2010.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Pedra do Caboclo Bravo

Há quatro quilômetros do município de Algodão de Jandaira, na extrema da cidade de Esperança, encontra-se uma formação rochosa conhecida como “ Pedra ou Furna do Caboclo ” que guarda resquícios de uma civilização extinta. A afloração de laminas de arenito chega a medir 80 metros. E n o seu alto encontra-se uma gruta em formato retangular que tem sido objeto de pesquisas por anos a fio. Para se chegar ao lugar é preciso escalar um espigão de serra de difícil acesso, caminhar pelas escarpas da pedra quase a prumo até o limiar da entrada. A gruta mede aproximadamente 12 metros de largura por quatro de altura e abaixo do seu nível há um segundo pavimento onde se vê um vasto salão forrado por um areal de pequenos grãos claros. A história narra que alguns índios foram acuados por capitães do mato para o local onde haveriam sucumbido de fome e sede. A s várias camadas de areia fina separada por capas mais grossas cobriam ossadas humanas, revelando que ali fora um antigo cemitério dos pr

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

Dom Manuel Palmeira da Rocha

Dom Palmeira. Foto: Esperança de Ouro Dom Manuel Palmeira da Rocha foi o padre que mais tempo permaneceu em nossa paróquia (29 anos). Um homem dinâmico e inquieto, preocupado com as questões sociais. Como grande empreendedor que era, sua administração não se resumiu as questões meramente paroquianas, excedendo em muito as suas tarefas espirituais para atender os mais pobres de nossa terra. Dono de uma personalidade forte e marcante, comenta-se que era uma pessoa bastante fechada. Nesta foto ao lado, uma rara oportunidade de vê-lo sorrindo. “Fiz ciente a paróquia que vim a serviço da obediência” (Padre Palmeira, Livro Tombo I, p. 130), enfatizou ele em seu discurso de posse. Nascido aos 02 de março de 1919, filho de Luiz José da Rocha e Ana Palmeira da Rocha, o padre Manuel Palmeira da Rocha assumiu a Paróquia em 25 de fevereiro de 1951, em substituição ao Monsenhor João Honório de Melo, e permaneceu até julho de 1980. A sua administração paroquial foi marcada por uma intensa at

Uma noite de estrelas

  No último dia 03 de março foi à óbito Antônio de Pádua Torres. Compadre de dois de meus filhos, contraparente casado com minha tia Marizé. Ela falecida no dia 27 de setembro de 2019. Primeiro esperancense a ocupar o mais alto posto do Ministério Público, com assento na Câmara Criminal. Filho do agente fiscal Severino de Alcântara Torres e dona Corina Coêlho. Faria 81 anos no próximo dia 15 deste mês. Votos de pesar foram registrados pela prefeitura local, Câmara Municipal de Campina Grande, Academia de Letras de Campina Grande e a Ordem dos Advogados seccional campinense. Era um grande conhecedor da nossa história, mesmo porque dela participou ativamente. Em nossa cidade, trabalhou na antiga concessionária Chevrollet, que funcionava na rua do Sertão; foi Secretário de Administração na primeira gestão de seu Luiz Martins e, imaginem, ex-aluno do Seminário Propedêutico “Nossa Senhora das Graças”, organizado por Padre Palmeira (1957). Uma noite amanhecemos o dia ouvindo música e

Genealogia da família DUARTE, por Graça Meira

  Os nomes dos meus tios avôs maternos, irmãos do meu avô, Manuel Vital Duarte, pai de minha mãe, Maria Duarte Meira. Minha irmã, Magna Celi, morava com os nossos avós maternos em Campina Grande, Manuel Vital Duarte e Porfiria Jesuíno de Lima. O nosso avô, Manuel Vital Duarte dizia pra Magna Celi que tinha 12 irmãos e que desses, apenas três foram mulheres, sendo que duas morreram ainda jovens. Eu e minha irmã, Magna discorríamos sempre sobre os nomes dos nossos tios avôs, que vou colocar aqui como sendo a expressão da verdade, alguns dos quais cheguei eu a conhecer, e outras pessoas de Esperança também. Manuel Vital e Porfiria Jesuíno de Lima moravam em Campina Grande. Eu os conheci demais. Dei muito cafuné na careca do meu avô, e choramos sua morte em 05 de novembro de 1961, aos 72 anos. Vovó Porfiria faleceu em 24 de novembro de 1979, com 93 anos. Era 3 anos mais velha que o meu avô. Nomes dos doze irmãos do meu avô materno, Manuel Vital Duarte, meus tios avôs, e algumas r