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Silvino Olavo

Silvino Olavo
Nascido na fazenda Lagoa do Açude no dia 27 de julho de 1897. Seu pai era um próspero criador de gado em Esperança, dono de diversas fazendas. Em 1915 mudasse com a sua família para a vila, nessa época já freqüentava a escola do professor Juviniano Sobreira, progenitor do Coronel Elysio Sobreira.
Por força de um amor não recepcionado no seio de sua família, foge para a Capital e matricula-se no Colégio Pio X. Neste educandário é agraciado com a medalha de Honra ao Mérito, por sua dedicada vida estudantil.
Em 1920 conclui o curso ginasial e presta exames vestibulares, sendo aprovado para o curso de Direito da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro. E em fevereiro do mesmo parte para a então capital federal brasileira.
Nessa miscelânea maravilhosa comunga com diversos intelectuais de sua época e conhece o paraibano João Pessoa, Ministro do Tribunal Militar.
Tem inicio a sua formação jurídica, publica em diversos jornais, atua como redator em alguns periódicos e trabalha nos Correios e Telégrafos para complementar a mesada do pai. No Rio são publicados seus principais trabalhos: Cysnes (1924), Socialização e Estética do Direito – tese (1925) e Sombra Iluminada (1927).
Após concluir o seu bacharelado, sendo eleito orador da turma, retorna à Parahyba em 1925 na companhia do vate Peryllo de Oliveira, e engaja-se em prol da emancipação de sua terra natal, onde proclama o seu famoso discurso: “Esperança – Lírio Verde da Borborema”.
Participa, ainda, da política estadual. Forma o “Grupo dos Novos” e assume a chefia d'O Jornal - órgão dirigido por José Gaudêncio -, ao passo que escreve para outros periódicos da Paraíba e de Pernambuco.
Em março de 1926 faz sua estréia no Jornal "A União". Em seu artigo inaugural, publicado no suplemento “Arte e Literatura” comenta o livro do escritor pernambucano Oswaldo Santiago, “Gritos do silêncio”. Chefiou a redação de “O Jornal”, e escreveu para as revistas “Nova Era” (Paraíba), e o periódico “A Província” (Rio de Janeiro), colaborando ainda com algumas publicações de Pernambuco. Ainda nesse ano, é nomeado Promotor Público da capital, integrando o Conselho Penitenciário da Paraíba.
No ano seguinte, submete-se a concurso público e é aprovado para o cargo de Agente Fiscal do Consumo com atuação em Vitória-ES. E passa a escrever uma coluna para o jornal Diário da Manhã, daquele Estado.
Em 1928, de volta ao seu Estado natal, se engaja na campanha de João Pessoa ao governo do Estado e é nomeado Oficial de Gabinete em 22 de outubro.
Em fevereiro de 1929, Silvino Olavo recebe Mário de Andrade, juntamente com outros intelectuais ligados à “Era Nova”. Em junho daquele aparecem-lhe os primeiros sintomas da esquizofrenia, quando visitava sua noiva Carmélia Veloso Borges no Pilar. E em setembro discursa nos comícios de Santa Rita e Barreiras pela Caravana da Aliança Liberal. Casa-se dois meses depois, quando então tem uma nova crise. Desta união, a sua única filha Marisa Veloso Costa, que faleceu aos 12 anos de idade no ano de 1950.
Com a morte de João Pessoa em 1930, passou a apresentar um quadro esquizofrênico. Foi internado diversas vezes na Colônia Juliano Moreira, até que o seu cunhado Valdemar Cavalcanti, o recebeu para tratamento domiciliar em Esperança.
Durante seus intervalos lúcidos, produziu diversos poemas e eternizou a sua musa “Badiva”.
Faleceu em 26 de Outubro de 1969, vítima de complicações renais, no Hospital Dr. João Ribeiro, em Campina Grande.
Silvino Olavo é o patrono da Cadeira 35 da Academia de Letras de Campina Grande, com assento na de número 14 da Academia Paraibana de Poesia.
Este grande poeta deixou-nos como legado as seguintes obras: Cisnes (1924); Socialização e Estética do Direito (1924); Esperança - Lírio Verde da Borborema – Discurso (1925); Sombra Iluminada (1927); Cordialidade - Estudo Literário - 1ª Série - N. York, 1927; Badiva, obra póstuma (1997).

Rau Ferreira

Referências:
- A vida dramática de Silvino Olavo, autoria de João de Deus Maurício, João Pessoa/PB, Unigraf, 1992;
- Badiva: poesias inéditas de Silvino Olavo, Marinaldo Francisco de Oliveira (Org.), Esperança/PB, Secretaria Municipal de Educação e Cultura, 1997 - p. 26/28.
- Jornal “A União”, suplemento “Arte e Literatura”, Estado da Paraíba, edição de 21/02/1926, artigo de capa.

- Pequena Biografia do Poeta Silvino Olavo, por Roberto Cardoso - Jornalista. Cisnes/ Sombra Iluminada – 2a Edição, 1985 – p. 3/5.

Comentários

  1. Adorei a reportagem a respeito de Egídio de Oliveira Lima, primo intelectual, que eu não conheci, mas que mto admiro.
    TB reli sobre Silvino Olavo, nosso poeta amado.

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