Pular para o conteúdo principal

Excussão presidencial à Esperança (1929)

Em 1929 o Governador do Estado, Dr. João Pessoa, era candidato a vice-presidente da República na chapa da Aliança Liberal encabeçada pelo Sr. Getúlio Vargas. E o jornal “A União” do dia 19 de novembro daquele ano, estampava em sua matéria de capa a “Excussão Presidencial à Esperança”.
O chefe do executivo estadual partira no sábado com destino a Esperança, dando continuidade a sua campanha presidencial. No percurso estavam as cidades de Alagoinha, Alagoa Grande, Areia e Remígio. Antes mesmo de chegar a esta cidade, o governador foi recepcionado pelo prefeito municipal Theotônio Costa e pelo sr. Manuel Rodrigues de Oliveira, importante comerciante desta vila.
Em Esperança, a autoridade maior do Estado recebeu os cumprimentos do vigário da paróquia, Monsenhor Severiano Figueiredo e demais pessoas influentes da cidade. Foi-lhe servido um almoço às 14:00 horas, oportunidade em que o sr. Severino Diniz proferiu vibrante discurso, onde declarou entre outras coisas que “Todos divisamos na verticalidade moral dos drs. João Pessoa e Getúlio Vargas, verdadeiros padrões de virtudes cívicas”.
Em sua fala João Pessoa agradeceu as elogiosas palavras e ressaltou a importância da sua visita a Esperança, uma homenagem aos seus correligionários que ali se congregam em prol da luta eleitoral, concluindo: “Vim a Esperança e volto de Esperança cheio da maior esperança na vitória”.
Em seguida, o candidato visitou o comercio local e a Recebedoria de Rendas, passando pela Igreja Matriz. O Governador ainda fez questão de conhecer o tanque do Araçá, que abastecia de água potável a localidade e visitou as instalações do Cine Ideal, a residência de Manuel Rodrigues e a feira local, sendo acompanhado de diversos populares.
Retornando à prefeitura, demorou-se por alguns instantes e partiu em direção a capital paraibana com grande aclamação popular.
Segundo o periódico  A UNIÃO, o governador encheu-se da “mais grata impressão e a certeza da absoluta solidariedade da população do interior à causa vitoriosa da Aliança Liberal”, colhendo elementos de suma importância pelos municípios que percorreu, especialmente sobre Esperança onde permaneceu por mais tempo. E ao constatar “o desenvolvimento comercial e social do meio e as possibilidades do seu futuro” desta cidade, resolveu por decreto restaurar o termo judiciário de Esperança.
Não é custoso lembrar que o dr. João Pessoa Cavalcante de Albuquerque foi assassinado nesta campanha presidencial, no Hotel Glória em Recife em 26 de julho de 1930.

Rau Ferreira

Referência:
-         Jornal “A União”, órgão oficial do Governo do Estado da Paraíba, edição terça-feira, 19 de novembro de 1929, p. 3, 5 e 8;

-         Wikipédia: João Pessoa, disponível em http://pt.wikipedia.org;

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Pedra do Caboclo Bravo

Há quatro quilômetros do município de Algodão de Jandaira, na extrema da cidade de Esperança, encontra-se uma formação rochosa conhecida como “ Pedra ou Furna do Caboclo ” que guarda resquícios de uma civilização extinta. A afloração de laminas de arenito chega a medir 80 metros. E n o seu alto encontra-se uma gruta em formato retangular que tem sido objeto de pesquisas por anos a fio. Para se chegar ao lugar é preciso escalar um espigão de serra de difícil acesso, caminhar pelas escarpas da pedra quase a prumo até o limiar da entrada. A gruta mede aproximadamente 12 metros de largura por quatro de altura e abaixo do seu nível há um segundo pavimento onde se vê um vasto salão forrado por um areal de pequenos grãos claros. A história narra que alguns índios foram acuados por capitães do mato para o local onde haveriam sucumbido de fome e sede. A s várias camadas de areia fina separada por capas mais grossas cobriam ossadas humanas, revelando que ali fora um antigo cemitério dos pr

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

O Mastodonte de Esperança

  Leon Clerot – em sua obra “30 Anos na Paraíba” – nos dá notícia de um mastodonte encontrado na Lagoa de Pedra, zona rural de Esperança (PB). Narra o historiador paraibano que em todo o Nordeste existem depressões nos grandes lajeados que afloram nos terrenos, conhecidas pelo nome de “tanques”, muitas vezes obstruídos pelo material aluvionar. Estes são utilizados para o abastecimento d’água na região aplacada pelas secas, servindo de reservatório para a população local. Não raras as vezes, quando se executa a limpeza, nos explica Clerot, aparecem “ restos fossilizados dos vertebrados gigantes da fauna do pleistoceno que povoou, abundante, a região do Nordeste e, aliás, todo o Brasil ”. Esqueletos de espécimes extintas foram encontradas em vários municípios, soterrados nessas condições, dentre os quais se destaca o de Esperança. A desobstrução dos tanques, necessária para a sobrevivência do rurícola, por vezes provocava a destruição do fóssil, como anota o professor Clerot: “ esf

Anselmo Costa

O Pod.: Ir.: Anselmo Costa é filho do ilustre desportista José Ramalho da Costa e d. Maria da Guia Costa. Casado com a Sra. Meire Lúcia de Faria Costa, tem três filhos (Rodolfo, Renê e Rainer) e dois netos gêmeos (Guilherme e Gustavo). Nasceu em Esperança no dia 08 de Fevereiro de 1950 e se dedicou ao ramo de Clínica Odontológica em Brasília/DF, onde reside desde 1976. Na maçonaria, teve sua iniciação junto a ARLS Mutirão Nº 11 – GLMDF - em 13 de dezembro de 1986, sendo elevado em 9 de outubro do ano seguinte e exaltado em 17 de junho de 1988. Sua instalação ocorreu em 19 de maio de 2000, tendo exercido o cargo de V.'. M.'. daquela oficina por duas vezes, no período de 2000/2001 e 2009/2011. É membro do S.C.G.33 do R.E.A.A. DA M.R.F.B,.desde 1993, e da Academia Paraibana de Letras Maçônicas, tendo atuado como Juiz do Conselho de Justiça do GLMDF (2002/2005) Idealizou e fundou o Capítulo Mutirão Social Nº 775 da Ordem DeMolay.Or.'. do Guará-DF e Associação Brasil

Versos da feira

Há algum tempo escrevi sobre os “Gritos da feira”, que podem ser acessadas no link a seguir ( https://historiaesperancense.blogspot.com/2017/10/gritos-da-feira.html ) e que diz respeito aqueles sons que frequentemente escutamos aos sábados. Hoje me deparei com os versos produzidos pelos feirantes, que igualmente me chamou a atenção por sua beleza e criatividade. Ávidos por venderem seus produtos, os comerciantes fazem de um tudo para chamar a tenção dos fregueses. Assim, coletei alguns destes versos que fazem o cancioneiro popular, neste sábado pós-carnaval (09/03) e início de Quaresma: Chega, chega... Bolacha “Suíça” é uma delícia! Ela é boa demais, Não engorda e satisfaz. ....................................................... Olha a verdura, freguesa. É só um real... Boa, enxuta e novinha; Na feira não tem igual. ....................................................... Boldo, cravo, sena... Matruz e alfazema!! ........................................