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A Cortina

Havia em tudo, a pureza
Das mãos; que águas vivas! -
E eu acreditei nas mãos cativas
E bebi da fonte amiga a profundeza!

Da fonte dos teus olhos, sutileza -,
O Eterno acaso, em forças fugitivas,
Fez voar às virtudes plumitivas
Da mais eterna fonte da beleza!

Mas Deus que as tuas mãos
Faz voar as almas dos cristãos,
Não havia de ser tal qual o sois...

E a cortina sensual indefinida
Beber não soube ainda nesta vida
Em que do Poeta os versos vêm depois!

Silvino Olavo

Badiva. Seceduc. Esperança/PB: 1997.

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