Esperança sempre valorizou os
fatos políticos, fazendo muitas vezes desses acontecimentos o foco principal. Nas
praças e nas ruas desta urbe, em tempos de eleição, não se fala em outra coisa.
Em 1947 a cidade vivia dias
de perseguição política. Nomeado interventor municipal, o novo delegado (em
substituição ao Tenente Napoleão) passou a perseguir os pessedistas.
Assim os correligionários do PSD eram chamados à delegacia como
forma de coação e sofriam as mais diversas formas de intimidação. Fora
determinado o “toque de recolher” após as 23 horas, o que era sinalizado pelo
toque da Matriz. Após esse horário, era proibido inclusive o trânsito na cidade.
Vítima
de truculência e arbitrariedade, Francisco (Chico) Souto foi ameaçado de prisão
pelo simples fato de ter censurado as atitudes arbitrárias e truculentas do
delegado. O próprio prefeito chegou ao ponto de constranger os seus adversários
ameaçando de sacar de uma arma em praça pública. Três outros comerciantes
sofreram as mesmas retaliações a ponto de algumas famílias falarem em abandonar
o município.
As
denúncias foram apresentadas por Severiano Pereira da Costa e Francisco Bezerra
ao Presidente da Câmara Federal, Deputado Samuel Duarte, que possuía íntimas
relações com o nosso Município e tinha esta cidade como seu principal reduto
político.
Estes
fatos motivaram a adesão de Chico Souto à política, assumindo a direção do PSD
em Esperança (1957) e, elegendo-se Deputado Estadual na eleição seguinte (1958)
com 87% da votação, permanecendo no cargo por mais duas legislaturas (1962/66).
Cassado no início de 69 pelo Regime Militar, através do AI-5,abandonou
a militância política. A sua atuação foi marcada na defesa dos
interesses de Esperança.
Rau Ferreira
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