Este
artigo faz parte da série “Esperança em cada ano”. Já escrevemos aqui os
aspectos do nosso município nos anos 1889, 1909, 1915 e 1933.
Não
há por assim dizer muita diferença do ano de 1915, que já escrevermos aqui no
BlogHE, contudo algumas ponderações precisam ser feitas a partir de dados
coletados no Dicionário Corográfico de Coriolano de Medeiros.
Nesse
aspecto, Esperança contava em 1914 com cerca de 800 habitantes. Já era um
pequeno povoado há 15Km de Alagoa Nova, sua sede.
Por
essa época já possuía uma igreja bem edificada, agência dos correios, escolas
primárias e comércio regular.
A
igreja iniciada em 1860, foi concluída dois anos depois. A agência dos correios
data de 1885. Não havia escolas. Trata-se de um jargão da época (1914). O que
existiam era “aulas” do Professor Joviniano Sobreira e sua esposa, que
funcionavam no sistema de internato para o ensino primário desde 1889. O
comércio remonta a própria feita (1860), sendo os estabelecimentos, na sua
maioria, abertos através de cartas de confiança expedidas por Mathias
Fernandes.
Em
sua considerações, Medeiros acrescenta que a povoação “ (....) é de aspecto pittoresco, e muito saudável”.
Acerca da nossa toponímia escrever Corialano de Medeiros que: “Banabugê – (Voc. indig. Talvez corrupção de
pan-abiyu-é; bater pello às vezes; Operação que se pratica com as frutas do
gravatá). Nome que em seu começo tinha a povoação de Esperança. (V. Esperança)”.
Devo
dizer que esta foi a única menção que encontrei durante as pesquisas ao fruto
do gravatá, pois os autores anteriores sempre falam no “lajedo grande” ou “pantanal
das borboletas”.
E
acrescenta Medeiros que Esperança: “Desenvolveu-se
rapidamente com o nome primitivo de Banabugê, mais tarde mudado pelo
missionário Ibiapina para o de Esperança”.
O
surgimento a partir de uma feira de alimentos – que a meu ver parece dúbio,
pois as minhas pesquisas apontam para a Fazenda Banaboé Cariá da descendência
dos Oliveira Lêdo de Campina Grande – de onde surgiu sim, a necessidade de
troca formando-se no entroncamento onde hoje é a matriz a sua feira para, em
seguida constituir-se capela do Bom Conselho.
Quanto
ao nome que já fora Banabuyé em suas mais variadas grafias e Boa Esperança,
devemos fazer uma digressão antes sobre o Padre Ibiapina.
O
cearense José Antônio Pereira Ibiapina (1806-1883) – Padre Ibiapina - ajudou a fundar capelas e construiu
cemitérios, por essa época era colaborador do vigário de Alagoa Nova. Mas há
quem atribua a denominação ao Frei Hermenegildo, e
mais recentemente a Frei
Martinho Jansweid, um frade alemão que fez missão na região.
Não se tem ao certo quem teria mudado o seu nome, mas para Jóffily
deveria ter-se mantido o nome indígena apesar de “Esperança” lhe ser mais
auspicioso que fosse.
Na sua organização administrativa, enquanto distrito de Alagoa Nova,
possuía Esperança um Juizado de Paz constituído por Enéas Valdevino e José
Irineu Diniz (Zezé Cambeba). Era subdelegado Manuel Martins de Oliveira. O
vigário era José Vital Bessa.
Rau Ferreira
Fonte:
- MEDEIROS, Coriolano de. Diccionario
chorographico do Estado da Parahyba. Imprensa Oficial. Parahyba do Norte: 1914.
- FERREIRA, Rau. Banaboé Cariá - Recortes da
Historiografia do Município de Esperança. No prelo.
Almanak Laemmert - Ano LXXI, Vol. II. Rio
de Janeiro/RJ: 1915.
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