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Desespero, poema de Zé Coêlho

Prof. José Coêlho da Nóbrega
Hoje recebi este belo poema do Professor José Coêlho que todos conhecem. Professor de português da Escola “Irineu Jóffily” e também agrimensor, tendo se lançado candidato algumas vezes em nosso município disputado a vereança.
Poeta inspirado, compôs o hino do “Mequinha” de Esperança e também foi responsável pela edição d’O Gillette, jornal oficioso que circulava nas noites de festa.
Pois bem. Recebi este poema do amigo Paulinho, seu neto, que me enviou em uma rede social para o deleite dos seus conterrâneos:

DESESPERO 

Já ia bem alta a madrugada,
quando ele viu entrar em crise
com uma tremenda hemoptise,
sua companheira idolatrada,
sob suas pernas apoiada
tenta que o mal se harmonize,
no entanto a causa tem reprise
e em sangue morre sufocada,
e assim só dele acompanhada,
partia naquela fria madrugada,
aquela a quem tanto um homem quis,
feliz disse ele, é quem não ama,
pois não trás em si o duro drama,
de amar e julgar que é feliz.

Banabuyé, Prof. José Coêlho da Nóbrega

Zé Coêlho possuía uma memória invejável, contava histórias de aventuras e declamava poesias. Foi um dos intelectuais mais influentes de nossa cidade, destacando-se ainda por ser um grande animador de quadrilhas.


Rau Ferreira

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