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Mostrando postagens de abril, 2017

Manoelzinho cotado para o Paulistano

Manoelzinho (1958) Manoelzinho foi sempre o guardião das traves do América “Mequinha” de Esperança. O goleiro da época de Edmilson e Gilvan enfrentou fortes equipes como o Central de Caruaru, Botafogo de João Pessoa, Taubaté de Aymoré Moreira, Campinense de Campina e outros times da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Em 1960, o goleiro “Pelado”, do Paulistano de Campina Grande, após os acontecimentos da última partida, pediu passe livre demonstrando assim o interesse de rescindir o seu contrato. Manoelzinho estava no América desde 1951. Ao receber a proposta do Paulistano, o dirigente do Mequinha (Zé Ramalho) mostrou-se favorável a transferência, mediante o compromisso de 34 mil cruzeiros de luvas e 5 mil cruzeiros mensais. A equipe campinense ficou de ofertar uma contraproposta, que não veio ou não foi aceita pelo jogador, permanecendo este no time esperancense por mais alguns anos. Rau Ferreira Referências: - CLÁUDIO, Francisco. 50 Anos de Futebol e Etc.

O jurista Silvino Olavo

Silvino Olavo foi – na expressão de Samuel Duarte – um dos maiores juristas de sua época; não por acaso, sua tese (Estética do Direito) foi recepcionada pelos acadêmicos, seus pares, quando de sua oratória por ocasião da formatura em seu bacharelado de Direito, sendo referendada em diversos trabalhos. Como advogado, mantinha escritório na rua 05 de agosto nº 55, na Capital parahybana, atuando em causas cíveis, criminais e em inventários. Nessa condição, participou do jantar íntimo oferecido pelos bacharéis e amigos do Desembargador Flodoardo da Silveira, no Hotel Globo em João Pessoa, por motivo de sua nomeação para a mais alta Corte Paraibana. João Lyra, revisitando suas memórias, destaca que Silvino participara da Academia de Letras e Ciências Jurídicas, organizada sob os moldes da Academia Brasileira de Letras, participando do corpo congregado até 1924. Com o retorno à Parahyba, desfilou-se daquele corpo congregado e, em seu Estado natal, fora nomeado 1º Promotor da Capital,

Registros pelo assassinato de João Pessoa

Imagem: https://pt.wikipedia.org/ João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque governou a Parahyba de 1928 à 1930, dois de seus auxiliares eram esperancenses: Silvino Olavo e Elysio sobreira. Esperança havia lhe dedicado o título de cidadão, quando de sua vinda a esta cidade, por ocasião da campanha pela Aliança Liberal. Recepcionado pelo Prefeito Manuel Rodrigues e seu vice Theotônio Costa, foi saudado pelo advogado Severino Irineu Diniz quando da outorga daquela cidadania. O malogrado presidente do nosso Estado foi assassinado em 26 de julho de 1930, na Confeitaria Glória. Os fatos que antecederam a esta tragédia já foram por muito debatido, dispensando deste escritor qualquer comentário. Após aquele episódio, tornou-se natural as homenagens prestadas, destacando-se, dentre elas a do Juízo Municipal do Termo de Esperança. O judiciário local estava assim organizado: Dr. Orlando de Castro Pereira Tejo, Juiz Municipal; João Clementino Farias Leite, escrivão; e Manuel Jesuíno de

SOL comenta "A Voz da Terra" de Peryllo D'Oliveira

Peryllo: www.casadamemoriaararuna.com Severino Peryllo D’Oliveira foi um grande poeta. O mulato filho de Araruna/PB saiu de casa aos 15 anos, atraído por uma atriz italiana dirigente de uma companhia de teatro. Depois de experimentar os palcos, voltou à Parahyba com o também poeta Silvino Olavo. A sua obra passeia pelo lírico e modernismo. Depois de publicar “Canções que a vida me ensinou” (1925) e “Caminho cheio de sol” (1928), trazia à lume “A voz da terra” (1930) a propósito do qual fazia o amigo Silvino belíssimo ensaio. O livro – apesar de melancólico – trazia a “brasilidade” tão esperada por aqueles jovens, que acabaram de conhecer Mário de Andrade quando de sua visita à Parahyba, sendo esta “ o embrião de uma alegria sui generis” . Dizia Olavo encontrarem-se os dois agora no mesmo plano poético, num “ changuez admirável!” e acrescenta: “ essa filosofia melancólica, que é o segredo da sua harmonia anterior, nem a nota desse otimismo que não chega a ser idealismo”. De

Afrescos da Igreja Matriz

J. Santos (http://joseraimundosantos.blogspot.com.br/) A Igreja Matriz de Esperança passou por diversas reformas. Há muito a aparência da antiga capela se apagou no tempo, restando apenas na memória de alguns poucos, e em fotos antigas do município, o templo de duas torres. Não raro encontramos textos que se referiam a essa construção como sendo “a melhor da freguesia” (Notas: Irineo Joffily, 1892), constituindo “um moderno e vasto templo” (A Parahyba, 1909), e considerada uma “bem construída igreja de N. S. do Bom Conselho” (Diccionario Chorográfico: Coriolano de Medeiros, 1950). Através do amigo Emmanuel Souza, do blog Retalhos Históricos de Campina Grande, ficamos sabendo que o pároco à época encomendara ao artista J. Santos, radicado em Campina, a pintura de alguns afrescos. Sobre essa gravura já havia me falado seu Pedro Sacristão, dizendo que, quando de uma das reformas da igreja, executada por Padre Alexandre Moreira, após remover o forro, e remover os resíduos, desco

Um inédito DÓ

Contracapa original do livro Antonio Fasanaro, em artigo de jornal, traz à lume um inédito “Dó”, livro de Silvino Olavo. Dividido em quatro partes, segundo aquele estudo, a obra traduz tristezas e alegrias. A primeira parte (Os poemas do meu irmão) denota o pesar que há nos versos que abrem o livro:  “ Alma penada, alma que choras descansa a f ronte em minha fronte, as minhas lágrimas sonoras são como as lágrimas da fonte ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... .....” Reflete que Silvino chora calado aquela dor, “sem rumores, envolto no traje sombrio do silêncio”. Mas sofre, piedosamente, a dor dos outros, a dor alheia: “Pranto calado de quem sofre a dor alheia como a sua e faz do coração um cofre onde recolhe a dor da rua ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... .....” A segunda parte – Novo Mundo – demonstra a “brasilidade” do poeta, revelando o seu poder de expressão e, confessando um crime bárbaro: ser poeta! Neste ponto, acrescent

Escola Irineu Jóffily (Inauguração solene)

Foto inaugural do Grupo Escolar "Irineu Jóffily" Esperança ganhou, no ano de 1932, o Grupo Escolar “Irineu Jóffily”. O educandário, construído em linhas coloniais, tinha seis salões, gabinete dentário, diretoria, pavilhão e campo para atividades físicas. A inauguração solene aconteceu em 12 de junho daquele ano, com a presença de diversos professores, do Cel. Elísio Sobreira, representando o interventor federal; Professor José de Melo, diretor do ensino primário estadual; Severino Patrício, inspetor sanitário do Estado; João Baptista Leite, inspetor técnico da 1ª zona e prefeito Theotônio Costa. Com a direção de Luiz Alexandrino da Silva, contava com o seguinte corpo docente: Maria Emília Cristo da Silva; Lydia Fernandes; Amália da Veiga Pessoa Soares; Rachel Cunha, Hilda Cerqueira Rocha e Dulce Paiva de Vasconcelos, que “tem dado provas incontestes de seu amor ao ensino e cumprimento de seus deveres profissionais”. A ata inaugural registrou ainda a presença do M

Capelinha N. S. do Perpétuo Socorro

Capelinha (2012) Um dos lugares mais belos e importantes do nosso município é a “Capelinha” dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro. Este obelisco fica sob um imenso lagedo de pedras, localizado no bairro “Beleza dos Campos”, cuja entrada se dá pela Rua Barão do Rio Branco. A pequena capela está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa “ lugar onde primeiro se avista o sol ”. O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Consta que na década de 20 houve um grande surto de cólera, causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira, teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal.  Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, re

Passagem da Imagem Peregrina do Carmo (1952)

Peregrinação do Carmo (1952) A Paróquia do Bom Conselho, no Município de Esperança (PB), recebeu e hospedou em 1952, a embaixada cívico-religiosa em preparação ao VII Centenário do Escapulário do Carmo. O Padre Zé Coutinho, filho da terra, e Carmelita devoto, buscou meios para desviar a peregrinação até Esperança. E quem negaria um pedido de Padre Zé? A Virgem peregrina chegou por volta das 13 horas, do dia 11 de setembro, acompanhada pelos reverendos padres Cônego José Coutinho, Pedro Serrão e Cristovam Ribeiro, este último vigário de Campina Grande; e de algumas irmãs carmelitas. A imagem trazia a “mensagem de paz, amor e benção de N. Senhora a todos os cristãos, suplicando pela pátria”, combatendo os “inimigos da pátria e da humanidade, uma vitória para Cristo e à Igreja”. Cerca de dez mil fiéis aguardava no pátio da matriz, sendo recepcionada com grande galhardia. O vigário da Paróquia fez a saudação às 17 horas, com a presença de autoridades locais e classes religiosas, sob

Faculdade "Bacurau" (2017)

Bloco "Faculdade Bacurau" (2017) FACULDADE "BACURAU" (2017) O Carnaval de Esperança é sempre muito animado e começa bem antes dos festejos de Momo. Nos dias que antecedem a data comemorativa, já aprecem as primeiras “Ala-ursas” percorrendo a cidade e, na véspera a abertura se faz com o Bloco do Zé Pereira chamando os foliões para a brincadeira.

Boato de jornal

Jornal "O Boato". Acervo: Antônio Barbosa A festa da padroeira de Esperança podia ser vista de diversos ângulos: a homenagem que se presta a santa, a celebração de mais um ano com a liturgia do Bom Conselho, o pastoril com suas donzelas e o pavilhão onde se amealhava donativos através do leilão de pratos típicos. Nesse contexto, sempre existiu, o jornalzinho de festa, produzido pelos mais letrados da comunidade, veiculando fofocas, disse-me-disse e outras particularidades da nossa gente. Na vanguarda, temos “A Seta” (1928) de Tancredo Carvalho. Podemos citar, ainda, o “Gillette” (1937) de Sebastião Lima e Paulo Coêlho, que se perpetuou com Zé Coêlho e sua filha Vitória Régia. Pois bem. Nos anos 40 surgiu “O Boato”, com direção de Eleazar Patrício e gerência de João de Andrade Melo, que se denominava “Órgão da Festa de N. S. do Bom Conselho”. Impresso na tipografia S. João, de João Andrade, seu primeiro número circulou em janeiro de 1941, com os quadros: Verdades

Canto do pedinte

Matriz do Bom Conselho: 1940 Cena comum na minha infância era ver os pedintes nas esquinas, os velhinhos de casa em casa, com um saco nas costas e uma cuia na mão, querendo um pouco de farinha ou de feijão; e os meninos nas portas, com umas latinhas de “Leite Ninho”, com aquela voz embargada: “Dona Maria, Sobrôooooooo?” Para alguns tinha a “cachorra-magra”, o trabalho duro cavando açudes e abrindo barreiros, onde até crianças se via conduzindo carrocinhas de mão. Eram outros tempos, d’uma tristeza de dá dó. Hoje comentamos que todo pobre é rico: tem celular, parabólica e compra a prestação! Naquele tempo nem isso existia, quando muito o crediário era a caderneta da bodega. Pois bem. Revendo alguns áudios de cantigas, faço o registro de como se pedia esmolas nas feiras de Esperança, Alagoa Nova, Areia, Itabaiana, Souza e Pombal. Você consegue lembrar? “Meus irmãos me dê uma esmola Pelo santo amor de Deus Tenha dó do pobre cego Que tinha vista e perdeu Por caridade e