Silvino Olavo |
Por força de um amor não
recepcionado no seio de sua família, foge para a Capital e matricula-se no
Colégio Pio X. Neste educandário é agraciado com a medalha de Honra ao Mérito,
por sua dedicada vida estudantil.
Em 1920 conclui o curso ginasial
e presta exames vestibulares, sendo aprovado para o curso de Direito da Faculdade
Nacional do Rio de Janeiro. E em fevereiro do mesmo parte para a então capital
federal brasileira.
Nessa miscelânea maravilhosa
comunga com diversos intelectuais de sua época e conhece o paraibano João
Pessoa, Ministro do Tribunal Militar.
Tem inicio a sua formação
jurídica, publica em diversos jornais, atua como redator em alguns periódicos e
trabalha nos Correios e Telégrafos para complementar a mesada do pai. No Rio
são publicados seus principais trabalhos: Cysnes (1924), Socialização e
Estética do Direito – tese (1925) e Sombra Iluminada (1927).
Após concluir o seu bacharelado,
sendo eleito orador da turma, retorna à Parahyba em 1925 na companhia do vate
Peryllo de Oliveira, e engaja-se em prol da emancipação de sua terra natal, onde
proclama o seu famoso discurso: “Esperança – Lírio Verde da Borborema”.
Participa, ainda, da política estadual.
Forma o “Grupo dos Novos” e assume a chefia d'O Jornal - órgão dirigido por
José Gaudêncio -, ao passo que escreve para outros periódicos da Paraíba e de
Pernambuco.
Em março de 1926 faz sua estréia
no Jornal "A União". Em seu artigo inaugural, publicado no suplemento
“Arte e Literatura” comenta o livro do escritor pernambucano Oswaldo Santiago,
“Gritos do silêncio”. Chefiou a redação de “O Jornal”, e escreveu para as
revistas “Nova Era” (Paraíba), e o periódico “A Província” (Rio de Janeiro),
colaborando ainda com algumas publicações de Pernambuco. Ainda nesse ano, é
nomeado Promotor Público da capital, integrando o Conselho Penitenciário da
Paraíba.
No ano seguinte, submete-se a
concurso público e é aprovado para o cargo de Agente Fiscal do Consumo com
atuação em Vitória-ES. E passa a escrever uma coluna para o jornal Diário da
Manhã, daquele Estado.
Em 1928, de volta ao seu Estado
natal, se engaja na campanha de João Pessoa ao governo do Estado e é nomeado
Oficial de Gabinete em 22 de outubro.
Em fevereiro de 1929, Silvino
Olavo recebe Mário de Andrade, juntamente com outros intelectuais ligados à “Era
Nova”. Em junho daquele aparecem-lhe os primeiros sintomas da esquizofrenia,
quando visitava sua noiva Carmélia Veloso Borges no Pilar. E em setembro
discursa nos comícios de Santa Rita e Barreiras pela Caravana da Aliança
Liberal. Casa-se dois meses depois, quando então tem uma nova crise. Desta
união, a sua única filha Marisa Veloso Costa, que faleceu aos 12 anos de idade
no ano de 1950.
Com a morte de João Pessoa em
1930, passou a apresentar um quadro esquizofrênico. Foi internado diversas
vezes na Colônia Juliano Moreira, até que o seu cunhado Valdemar Cavalcanti, o
recebeu para tratamento domiciliar em Esperança.
Durante seus intervalos lúcidos,
produziu diversos poemas e eternizou a sua musa “Badiva”.
Faleceu em 26 de Outubro de
1969, vítima de complicações renais, no Hospital Dr. João Ribeiro, em Campina
Grande.
Silvino Olavo é o patrono da
Cadeira 35 da Academia de Letras de Campina Grande, com assento na de número 14
da Academia Paraibana de Poesia.
Este grande poeta deixou-nos
como legado as seguintes obras: Cisnes (1924); Socialização e Estética do
Direito (1924); Esperança - Lírio Verde da Borborema – Discurso (1925); Sombra
Iluminada (1927); Cordialidade - Estudo Literário - 1ª Série - N. York, 1927;
Badiva, obra póstuma (1997).
Rau Ferreira
Referências:
- A vida dramática de Silvino Olavo, autoria
de João de Deus Maurício, João Pessoa/PB, Unigraf, 1992;
- Badiva: poesias inéditas de Silvino Olavo,
Marinaldo Francisco de Oliveira (Org.), Esperança/PB, Secretaria Municipal de
Educação e Cultura, 1997 - p. 26/28.
- Jornal “A União”, suplemento “Arte e
Literatura”, Estado da Paraíba, edição de 21/02/1926, artigo de capa.
- Pequena Biografia do Poeta Silvino Olavo,
por Roberto Cardoso - Jornalista. Cisnes/ Sombra Iluminada – 2a Edição, 1985 –
p. 3/5.
Adorei a reportagem a respeito de Egídio de Oliveira Lima, primo intelectual, que eu não conheci, mas que mto admiro.
ResponderExcluirTB reli sobre Silvino Olavo, nosso poeta amado.